A partir de amanhã os
assentamentos rurais Bom Jardim e Ezequias dos Reis, no município de
Araguari, serão visitados pelo Incra –
Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária. As visitas serão realizadas pelo técnico de campo Júlio César
Souza e têm o objetivo de confirmar e dar encaminhamento de solução para as
pendências legais existentes em parte
dos lotes dos assentamentos. O trabalho
do técnico deve levar de quatro a cinco dias.
A visitação técnica foi
solicitada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araguari e representa um
importante passo rumo à titulação dos lotes às famílias assentadas. “Todos sonham com o título da terra, mas para
isto é preciso regularizar as situações pendentes”, destaca Alcides Lima,
presidente do Sindicato.
Os assentamentos, que ainda
pertencem ao Incra, foram criados há cerca de 14 anos. O Ezequias dos Reis conta
com 58 lotes e o Bom Jardim, com 42. Apesar do tempo mais da metade dos lotes não
estão regularizados. A maioria das pendências está relacionada à ocupação de
lotes por terceiros, após a desistência de beneficiários iniciais. “Muitos
ocuparam e depois desistiram dos lotes que foram então ocupados por terceiros.
Para que estes sejam legalmente beneficiários, tenham o direito de posse, é preciso que o Incra dê o aval”, explica
Alcides Lima afirma que a titulação da terra tem sido objeto de luta
constante do movimento sindical. Ele ressaltou que o sindicato tem feito
constantes reivindicações, inclusive junto ao Superintende do Incra, Danilo
Daniel Prado Araújo e ao Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
Ele está otimista de que a conquista
chegue em 2014. “Tratei deste assunto com o ministro, e sempre que vamos à
superintendência cobramos agilidade. Mês passado, em Belo Horizonte, nos disseram que a ordem é
acelerar a regularização em todo o estado.
A visita do técnico aqui é um bom sinal”, comenta.
A partir da titulação, os assentados terão um prazo de até 20
anos para pagar pela terra. “Ao contrário do que muitos pensam a terra não é de
graça. Elas serão avaliadas e todos os assentados terão que pagar”, finaliza o
presidente.
Sobre a Titulação
A Constituição Federal de 1988
estabelece que os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma
agrária receberão títulos de domínio (título da terra) ou de concessão de uso,
instrumentos que asseguram o acesso à terra.
O contrato de concessão de uso
(CCU) transfere o imóvel rural ao beneficiário da reforma agrária em caráter
provisório e assegura aos assentados o acesso à terra, aos créditos
disponibilizados pelo Incra e a outros programas do governo federal. O título
de domínio é o instrumento que transfere o imóvel rural ao beneficiário da
reforma agrária em caráter definitivo. É garantido pela Lei 8.629/93, quando
verificado que foram cumpridas as cláusulas do contrato de concessão de uso e o
assentado têm condições de cultivar a terra e de pagar o título de domínio em
20 (vinte) parcelas anuais.
Além da garantia da
propriedade da terra para os trabalhadores rurais assentados, a titulação
efetuada pelo Incra contém dispositivos norteadores dos direitos e deveres dos
participantes do processo de reforma agrária, especialmente do poder público,
representado pelo Incra, e dos beneficiários, caracterizado pelos assentados.
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