quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Trabalhadores Rurais reclamam direitos e assunto vai virar representação contra Usina Araguari e outras empresas




A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais – FETAEMG e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araguari (STR) vão representar denúncia no Ministério do Trabalho (MT) contra as empresas Usina Araguari (Concrenor)  e Laborcana.  A decisão  foi tomada nesta quarta-feira (20) após reunião entre lideranças sindicais e trabalhadores rurais que atuam no plantio e corte de cana em cidades dos estados de Minas, Goiás, e cujos direitos estão sendo violados.
De acordo com os dirigentes sindicais as empresas têm desrespeitado direitos básicos previstos na CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, dentre eles a obrigatoriedade do depósito do FGTS, do pagamento e concessão de férias.  Outra irregularidade é quanto à suspensão aleatória de prêmios por produtividade e o não apagamento do 13º salário nos prazos legais. “Até hoje os trabalhadores não receberam o benefício referente a 2012. O mesmo problema ocorreu no ano passado quando o 13º de 2011 foi pago a partir do segundo semestre de 2012”, conta Alcides Lima de Souza, presidente do STR.
As denúncias apontam ainda que os trabalhadores não recebem a totalidade das horas extras trabalhadas e que sofrem com atrasos constantes de seus salários, além de estarem impedidos de acessar serviços do plano de saúde pela falta de pagamento à operadora (Unimed) – apesar do plano ser descontado em folha.

Problemas são recorrentes
De acordo com os dirigentes sindicais o desrespeito aos trabalhadores se arrasta há cerca de dois anos. No período foram feitas várias intervenções do STR e da Fetaemg para se resolver os problemas, inclusive com a proposta de estabelecer o acordo coletivo, o que foi rejeitado pelas empresas.  A situação vivida pelos trabalhadores de Araguari revolta os sindicalistas. “É lamentável e revoltante, sobretudo se consideramos os muitos incentivos do governo ao setor alcooleiro. Isso nos lembra os tempos dos senhores de engenho: se mudou o chicote, mas exploração da mão-de-obra continua”, lamenta José Divino de Melo, diretor regional da Fetaemg.   
De acordo com Alcides Lima em meados de janeiro aconteceu mais uma tentativa de se resolver os problemas. À época disseram que estavam atrás de recursos e que tudo seria acertado até abril. “Foram tantas conversas e prazos descumpridos, que não acreditamos mais. Estão enganando os trabalhadores e a comunidade. A usina Araguari não tem condições de continuar. Eram 700 funcionários, hoje  cerca de 150 e não pagam  os direitos. Cerca de 600 trabalhadores recorreram à  justiça.  Na verdade ela já fechou as portas, tanto que a atividade é de mão-de-obra ofertadas noutras cidades”, finaliza.  

Outras três usinas serão alvo da representação
A representação no MT também vai alcançar três usinas contratantes dos serviços da Laborcana, “braço” da usina Araguari e que atua com a oferta de mão-de-obra canavieira. “Vamos arrolar as usinas: Vale do Tijuco (Uberaba-MG), ETH (Mineiros-GO) e Planalto (Ibiá-MG), por serem também responsáveis pelos danos causados à medida que são diretamente beneficiadas pela da mão-de-obra de sua contratada. Esta responsabilidade está estabelecida em jurisprudências de nossos tribunais de justiça”, explica Moisés Inácio Franco, assessor jurídico da Fetaemg. 

 sindicalistas em reunião com trabalhadores. Da esquerda para 
direita:  José Dirceu, João André, Alcides Lima e Moisés Franco. 

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